Moda inclusiva | Entrevista com Aline Carvalho
Olá meninxs!
Hoje temos uma matéria
super especial para falarmos sobre um assunto muito sério: moda inclusiva! Nossa
entrevistada é a linda Aline Carvalho, modelo e cadeirante, que tem inúmeras experiências
para compartilhar com a gente.
Desde que conheci Aline, me
atentei para fatos como: não ouvimos falar com frequência de modelos com algum
tipo de deficiência, e nem sobre a importância da moda inclusiva. Até hoje, o que ouvi de inclusão não vai muito
além das discussões acerca da adaptação de ambientes e construção de rampas. E
sim, o tema é mais abrangente e deve ser discutido e abraçado. A intenção dessa
matéria é justamente trazer visibilidade para o assunto, abrir espaço para o
crescimento de uma ideia, que se comprada, pode transformar a vida de muitas
pessoas... Afinal, quando falamos de moda, do vestir-se, do simples fato de se
arrumar ao seu modo, estamos falando de uma forma de expressão, escolhas, autoestima
e também de autoconhecimento.
Então bóra que o papo tá bom, as fotos estão lindas, e essa menina arrasa!...
Então bóra que o papo tá bom, as fotos estão lindas, e essa menina arrasa!...
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Modelo Aline Carvalho |
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Modelo Aline Carvalho |
_______________ENTREVISTA_______________________________
Aline Carvalho tem 20 anos e mora em Caeté (MG), modelo
já há algum tempo, procura sempre colocar o tema inclusão em pauta, pois
quer impactar e transformar a moda.
O
que a moda representa para você?
Expressão. Tenho uma relação forte com a moda desde pequena,
ela com certeza me ensinou a enfrentar a vida e a mostrar quem eu sou. Moda
para mim é arte e comportamento, no meu caso, foi salvação. Eu soube me mostrar
através da moda e a conquistar o mundo através dela.
Quando foi o seu
primeiro contato com a moda? E de que forma se deu esse processo em sua vida?
Eu fui criada dentro de um salão
de beleza, então o contato com a vaidade vem desde cedo. Minha mãe sempre me
incentivou muito a ser vaidosa e a me sentir bonita. Desde cedo, frequentei
lojas e amava comprar bolsa, roupa e sapato, e ainda tinha minhas marcas
preferidas. Eu sempre soube que queria trabalhar
com moda e que iria fazer da moda a minha vida. O impacto mais forte e de
salvação veio na adolescência quando tive problemas emocionais e de aceitação
em relação à cadeira. Com certeza, a moda foi fundamental para me ajudar. Passei
por vários processos de estilo na minha adolescência até me conhecer de
verdade.
O
interesse e o gosto por todo esse universo parece ter representado muito para
sua autoestima e autoconhecimento. Conte-nos mais a respeito.
Com certeza foi algo fundamental
na minha autoestima. Acredito que isso ajudou a formar muito minha
personalidade e a ter sempre uma opinião formada sobre mim. Quando eu me vi
perdendo um pouco da minha autoestima, eu refleti sobre minha vida, sobre tudo
que eu aprendi e comecei a me amar muito mais.
Quando iniciaram-se seus trabalhos como modelo?
Ser modelo é um sonho que vem
desde criança, sempre disse que, quando eu crescesse, seria como Gisele Bundchen
e a Barbie (haha). Eu sempre me vi fazendo isso e nunca coloquei obstáculos por
ser cadeirante. Quando eu tinha uns 14 para 15 anos, eu vi que precisava
começar a ir atrás da minha carreira, então procurei agências. Dei a cara a
tapa e fui. No entanto, em 2011 as agências meio que ficaram sem reação quando
eu comecei a procurar. Mas quando eu descobri a modelo Jillian Mercado em uma
campanha da Diesel, decidi procurar ela e pedir alguns conselhos. Ela me
aconselhou e foi maravilhoso. Entretanto, meu amigo Henrique Ferreira junto ao
meu amigo Douglas Esteban, que são fotógrafos, me chamaram para um
projeto, e esse foi meu primeiro
trabalho. Fizemos o meu primeiro ensaio que foi um grande sucesso. A partir
desse ensaio, apresentei para as agências e fui chamada para uma avaliação.
Passei e fui cadastrada. Mas é aquela coisa, o mercado da moda ainda precisa
evoluir muito. Porém eu vejo esse processo acontecendo. Fui até procurada para
dois desfiles, o que me deixou muito feliz e impressionada por ver que estou
construindo meu espaço.
Quando você afirma que as agências ficaram “meio sem reação”, o que
você quer dizer exatamente com essa expressão? Houve estranhamento?
Não vejo como estranhamento, pois
nesse meio as pessoas têm uma mente bem aberta. Mas aqui no Brasil, as coisas
costumam ser lentas. Mas acredito que foi algo que eles não esperavam, foi
meio que um “Uau, como vamos trabalhar com esse perfil?” E em 2011, ainda não era
comum ver modelos cadeirantes. Agora isso já é comum, tanto que quando eu fui
na minha avaliação eu fui preparada para tudo, mas graças a Deus foi tranquilo,
a booker relatou que eu era a primeira garota cadeirante a procurar a agência.
Eu acredito que esse choque acontece porque muitas garotas cadeirantes ainda
são muito reprimidas e fechadas quando o assunto é beleza, então elas acham que
ser modelo é algo impossível, mas não é. E eu quero mudar isso. Quero mostrar
que somos capazes, mulheres lindas, atraentes e que podemos ser o que quisermos.
Ao fazer uma análise de suas fotos, nota-se uma inquestionável
desenvoltura para as câmeras. Como você desenvolveu isso?
Eu amo fotografar e aprendi muito
com meus amigos fotógrafos, mas eu sempre procuro ter uma boa postura e um bom
ângulo frente às câmeras. Aprendi muito lendo as entrevistas que as grandes
tops que eu admiro dão. Também aprendi muito vendo The Face.
Você
encontra muitas dificuldades nessa profissão? Se sim, quais?
Bom,
vida de modelo não é fácil... Sendo ela andante ou cadeirante. Aprendi que para
chegar onde eu quero, eu vou ter que trabalhar muito. Por exemplo, nem Gisele
Bundchen achou tudo assim fácil, ela foi rejeitada em 42 testes até conseguir
seu primeiro grande trabalho. E esse exemplo eu levo muito comigo. No meu caso,
o mercado é mais complicado, principalmente aqui no Brasil, os profissionais da
moda ainda precisam muito aprender a trabalhar com modelos cadeirantes ou com
qualquer outro tipo de limitação. Eles tem que aprender a incluir esse perfil
de forma natural. Temos um processo maravilhoso lá fora e aqui é possível sim,
só queremos mais oportunidades. Mas graças a Deus eu tenho muita gente que me
aconselha, são maravilhosas.. a IMG da Gisele mesmo agencia a Jillian Mercado. Eu
sou apaixonada pelo trabalho deles. É uma agência que vem fazendo um progresso
maravilhoso, tanto com a Jillian, quanto com modelos Plus Size. Estamos passando por uma revolução e uma reconstrução basicamente em todos os
setores. Falamos sobre inclusão e em temas de consumo e até mesmo na área
ecologicamente sustentável.
Se você ver a última SPFW, foi um impacto forte na sociedade com o desfile da
Lab e do Ronaldo Fraga, e vemos que a Fast Fashion C&A vem inovando em suas
campanhas. Isso para mim é muito importante e me motiva ainda mais a trabalhar
para chegar aonde eu quero, é simplesmente uma quebra de preconceitos e um
grito de igualdade.
Qual é o seu estilo? O que você deseja transmitir às pessoas sobre sua personalidade,
através do seu modo de se vestir?
Meu estilo foi algo que fui
construindo ao longo da minha vida até chegar a um padrão estabelecido. Na
minha adolescência eu fui superrocker, me vestia muito igual a Taylor Momsen e
a Avril Lavigne haha. Hoje em dia não me vestiria assim, mas na época eu era
rebelde e expressava através deste estilo o que eu estava sentindo no momento.
Aos 16 anos, meu estilo começou a entrar em um processo de revolução, inclui
tons mais claros e saí um pouco do preto. Mas quando eu fiz 18, comecei a ter
mais noção do que valorizava o meu corpo e percebi que era uma fase de
crescimento, então adotei um visual novo. Classifico meu estilo como elegante,
mas ao mesmo tempo sexy e ousado, valorizando o que tenho de bonito. Eu não uso
tudo que é tendência, eu uso a tendência que combina comigo e com minha
personalidade. Gosto que minhas roupas expressem minha força e minha
personalidade, isso para mim é muito importante.
Gostaria
de deixar uma mensagem?
Eu só quero dizer que nós,
mulheres cadeirantes, não temos que nos sentirmos inferiores às outras. Eu
aprendi isso e hoje em dia eu me amo e me sinto o verdadeiro diamante da
Tiffany. Quero ressaltar que dar oportunidades para este perfil de modelo é
fundamental, pois isso significa inclusão e pode mudar a vida de muitas pessoas.
Uma menina cadeirante hoje, abrindo a Vogue e vendo uma menina cadeirante na
capa, pode ter a sua vida transformada.
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Modelo Aline Carvalho |
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Modelo Aline Carvalho |
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Modelo Aline Carvalho |
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Modelo Aline Carvalho |
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Modelo Aline Carvalho |
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Modelo Aline Carvalho |
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Modelo Aline Carvalho |
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Modelo Aline Carvalho |
Gente, por hoje foi isso. Essa é
a primeira matéria do nosso Divã nessa categoria, e estamos muito felizes em
poder discutir e compartilhar esse tema com vocês! Comentem aqui e compartilhem com os migos! Beijos! <3
Vocês postando sobre o assunto também estão ajudando na inclusão.... Que legal, parabéns, meninas
ResponderExcluirBeijos
obrigada, linda! <3 que bom que gostou!
ExcluirLindo amei ... a Aline e muito linda admiro muito ela!!!
ResponderExcluirObrigada! Fico feliz que tenha gostado! Também admiro muito ela <3
ExcluirQUE MASSA CARA!
ResponderExcluir:)
ExcluirInteressante!
ResponderExcluirVerdade :)
ExcluirQue lindaaa, já admiro ela, amei a entrevista <3
ResponderExcluirQue bom que vc gostou, Ana! Obrigada!! <3
ExcluirEu adorei!!! Nossa fiquei sem palavras e poxa atitude é tudo enfrentar todos esses obstáculos e correr atrás do que ela queria mesmo. Sucesso!!
ResponderExcluirkamilaluz.wordpress.com
Realmente.. Ela é um exemplo! Obrigada. Beijos!!
ExcluirQue menina guerreira, verdadeira superação, linda amei a entrevista. Beijos
ResponderExcluirVerdade... A história dela é inspiradora! Beijos!!
Excluirlinda amei a entrevista ♥! parabéns. Beijos
ResponderExcluirObrigada, Edna!!! Beijos!
ExcluirNossa!! Que Linda! Que entrevista completa. Espero que ela alcance todos os objetivos que deseja!!
ResponderExcluirÉ o que nós também desejamos para ela :) Beijos!!!
ExcluirNossa! Que perfeita essa entrevista.
ResponderExcluirEssa menina merece tudo de melhoor, que continue assim sendo essa guerreira.
E com certeza esse post vai ajudar muitas pessoas
Assim nós esperamos, Ingrid!! Fico feliz que tenha gostado! Beijos!!!
ExcluirNossa, que intrevista maravilhosa! Eu nunca tinha parado para pensar no assunto de inclusão, tampouco tinha visto uma modelo cadeirante. Achei ela super maravilhosa, mente bem aberta e incrível. A sociedade ainda tem muito que evoluir, mas se forçarmos um pouquinho, acho que a situação flui. Amei o post, viu?
ResponderExcluirBeijão <3
http://tempestarei.blogspot.com.br/
Obrigada, Beatriz!!! Muito feliz por vc ter gostado! Volte sempre ao blog!! Beeeijos!
ExcluirOlha que lindo; não tinha visto nenhuma matéria ainda falando sobre inclusão social, tua matéria está de parabéns, amei conhecer essa mulher batalhadora e extremamente sonhadora...
ResponderExcluirNossa muito parabéns mesmo 👏👏👏
Obrigada, Lanny!!! Realmente, não vemos o assunto sendo abordado por aí.. E é muito importante, né? Muito obrigada! Volte sempre! Beijos!!!
ExcluirSem palavras! A coragem dessa garota em alcançar seus sonho e nadar contra a maré é uma grande lição de vida! Desejo muito sucesso pra ela!
ResponderExcluirBeijos
Minhas Inspirações por Sara Menezes